
Rodrigo Vianna: ex-repórter da TV Globo, demitido após se recusar a assinar um abaixo-assinado defendendo a cobertura eleitoral da emissora, fala com exclusividade aoFazendo Media e confirma que, de fato, existe interferência política no Jornal Nacional. No final do ano passado, Rodrigo denunciou as distorções praticadas pela TV Globo para prejudicar a campanha de Lula e favorecer Geraldo Alckmin. Mas não aconteceu apenas durante as últimas eleições. Nesta entrevista, Rodrigo conta dois outros episódios em que foi vítima de censura e se pergunta: "Será que a Globo fez uma opção parecida com a da Igreja Católica de Ratzinger: ficar mais coesa, mas também menor e mais reacionária?".
Entrevista concedida a Marcelo Salles. Leia também a reportagem Jornalistas sofrem perseguição na TV Globo.
Qual é sua formação?
Eu me formei em Jornalismo na Cásper Líbero, em São Paulo, e me formei também em História, na USP.
Qual foi o primeiro veículo de comunicação em que você trabalhou?
Comecei na Folha de S. Paulo como frila e depois contratado em 1990. Entrei alguns dias antes da posse do Collor. Trabalhei na Folha até meados de 1992. Comecei no "suplementos", no caderno de imóveis. Cobria mercado imobiliário, dicas pra casa, por aí. Depois passei pra "cidades", que era o caderno que se chama "cotidiano". Fui redator e depois editor-assistente de fechamento, cuidava de fazer os títulos, as legendas, reescrever os textos, copydesk mesmo. E dava plantão no final de semana, às vezes na "política".
E você ficou lá até 1993? Saiu com o Collor?
Fiquei lá durante todo o período Collor. Inclusive teve a famosa invasão do jornal, que a Folha chamou de invasão pela Receita Federal. Mandaram a Receita fazer uma devassa nas contas da Folha, saiu um editorial do Octávio Frias Filho [proprietário da Folha de S. Paulo] na primeira página reagindo àquilo, um editorial belíssimo. Quando saí da Folha fui para a TV Cultura, bem no início do processo deimpeachment. Minhas primeiras matérias na Cultura eram acompanhar o Pedro Collor, que vinha a São Paulo dar entrevistas.
E ficou na TV Cultura até quando?
Entrei em meados de 92 e fiquei até meados de 95. Três anos.
Aí você foi pra TV Globo?
Aí eu fui pra TV Globo. Passei três anos muito legais na TV Cultura, um período muito criativo, quando se criou o Castelo Rá-Tim-Bum, aquele X-Tudo, o clima na TV era de uma liberdade enorme para criar, principalmente nesses programas infantis, e esse ambiente acabava influenciando também no trabalho do Jornalismo. A TV era comandada pelo Roberto Muylaert, um grande executivo, um homem refinado. E o jornalismo era comandado pelo Marco Nascimento, um sujeito aberto, tranqüilo, mas extremamente exigente com a qualidade da informação. A gente tinha uma criatividade muito grande nesses programas infantis e acaba permeando também o jornalismo. A gente tinha uma liberdade grande, não tinha interferência nenhuma. Foi gostoso trabalhar ali.
Daí você entra na TV Globo em 1995, Fernando Henrique havia acabo de ser eleito...
Já tinha tomado posse. O diretor de jornalismo da Globo, quando entrei, era o Alberico Souza Cruz, que vinha desde a época do Collor.
O Alberico não era da mesma época que o Armando Nogueira?
Então, ele era meio que um sub ali, não sei exatamente qual era seu cargo na época do Armando Nogueira. O Armando Nogueira era o diretor, tinha a Alice Maria e o Alberico eu não sei se era editor de política, enfim, era um cargo que não era o diretor geral de jornalismo. Em 1990, logo depois que o Collor assume, o Alberico toma o cargo que era do Armando Nogueira e fica até 1995. Quando eu entrei o diretor já era o Alberico. E em coisa de dois, três meses trocou: saiu o Alberico e entrou o Evandro [Carlos de Andrade].
Você pode contar como foi trabalhar com o Evandro na TV Globo?
Então, vou falar da experiência profissional porque eu vi o Evandro duas, três vezes nos corredores. Ele era um cara de pouca conversa, de outra geração, uma pessoa considerada de personalidade difícil, um cara duro no trato pessoal. Mas profissionalmente acho que ele significou uma virada importante para a Globo. Um das primeiras atitudes dele foi tirar da gaveta um Globo Repórter que havia sido produzido vários anos antes, tinha sido feito por Caco Barcellos e Maurício Maia, produtor aqui de São Paulo, da antiga, de primeira linha, que era um Globo Repórter sobre a Vala de Perus, um cemitério aqui de São Paulo onde foram encontrados corpos de pessoas que tinham sido mortas durante a ditadura. O Maurício e o Caco localizaram essa vala e a Luiza Erundina prefeita se empenhou em investigar, tirou as ossadas de lá, abriu uma investigação, e a Globo acabou nunca pondo no ar o trabalho que eles fizeram, que era um pouco recontar a história desses desaparecidos políticos. Quando o Evandro entra em 95, acho que como uma atitude simbólica, ele fala: "Cadê o programa? Vamos colocar no ar". E põe no ar. Então isso já mostrou que ele vinha não pra fazer nada muito revolucionário, mas era sinal de que agora não há mais assuntos proibidos, a gente tem que fazer jornalismo, contar as coisas, enfim, que devem ser contadas, histórias relevantes que devem ser contadas. Evandro não fez isso porque era bonzinho, mas porque isso era interessante do ponto de vista da empresa. Vamos lembrar que FHC, através do ministro Gregori, trouxe esse tema dos desaparecidos para a agenda política. Não havia porque a Globo continuar represando a história... E durante esse período do Evandro, que coincidiu com meu período na Globo, eu vi esse esforço de ir reconstruindo a imagem do jornalismo da Globo, e não era só uma questão de imagem, na prática mesmo da cobertura política isso foi se fazendo. Na cobertura das eleições, a preocupação de uma coisa didática, explicar a importância da eleição, explicar a importância do voto. Eu participei de várias matérias nessa linha. O Amauri Soares (diretor de Jornalismo em São Paulo) tinha essa preocupação também, havia um núcleo de eleições e as coisas funcionavam nessa linha, de maneira muito correta.
E suas expectativas, antes de entrar, coincidiram com o que você encontrou lá dentro?
As expectativas eram de que as coisas iam ser mais difíceis. Eu conhecia a história recente da Globo. Em relação à campanha das Diretas, da eleição do Collor. E mais pra trás o período da ditadura militar. Então, eu sabia que a história não era das mais favoráveis. Mas quando eu entrei, eu até me surpreendi. E as pessoas me perguntavam: "Pô, você, trabalhar na Globo?". Olha, tem essa coisa do passado. Mas eu no dia-a-dia, sinceramente não sinto grandes problemas no trabalho lá, não. É uma grande empresa, tem seus interesses, tem questões delicadas, mas não é uma coisa assim de controle descabido, não. Eu senti até uma coisa de tirar a tampa da panela de pressão. Vamos fazer o que não se fazia antes, vamos cobrir política, vamos atrás dos candidatos, não tem assunto proibido.
E essa fase foi até que ano?
Olha, Evandro morreu em 2001, mas a estrutura que ele montou continuou funcionando bem durante mais algum tempo... Depois, afastaram o diretor de São Paulo (Amauri Soares), o de Belo Horizonte (Marco Nascimento), e um novo poder interno começou a se delinear. O que me pergunto é: será que os irmãos Marinho têm total consciência do papel nefasto dessa nova direção de jornalismo? Nefasto para a democracia, mas também para os interesses da empresa... Interessa à Globo, por exemplo, ficar marcada como emissora que tenta negar o racismo? Será que a Globo fez uma opção parecida com a da Igreja Católica de Ratzinger: ficar mais coesa, mas também menor e mais reacionária?
Quando você começa a sentir aquela interferência política que você cita em sua carta?
Olha, de forma mais acentuada no período eleitoral [de 2006]. Mas de dois anos pra cá, coisas estranhas aconteceram...
Por exemplo?
Ah, eu fiz um Globo Repórter sobre hidrelétricas no Brasil. E esse Globo Repórter nunca foi ao ar. Ele foi produzido, ele foi gravado, ele foi editado, ele foi mandado para o Rio de Janeiro e veio um retorno de que ele não iria ao ar.
Alguma explicação?
Nenhuma explicação oficial. Nós tivemos aqui algum retorno extra-oficial, mas aí eu preferia não falar porque é coisa interna, acho que ficaria mal. Eu posso te contar o que é público. Era um Globo Repórter sobre hidrelétricas e o enfoque era mostrar o impacto social e ambiental na hora de construir uma usina. Nós mostrávamos o impacto nas populações que moram nas áreas que foram alagadas, o Movimento dos Atingidos por Barragens, mostrávamos uma hidrelétrica na divisa de Santa Catarina com o Rio Grande do Sul que estava em obra e que tinha tido um problema sério porque o primeiro laudo ambiental tava em desacordo com a realidade. Na hora em que foram fazer o segundo laudo descobriram que lá dentro onde haveria o alagamento havia floresta nativa, uma área muito grande que seria prejudicada. Isso não estava no laudo original que tinha autorizado o início da obra. E nós fomos cobrar da empreiteira, a obra tava paralisada, tava uma confusão danada. Então a gente mostrava a questão da população e o meio ambiente, o drama, o Ibama no meio do caminho. E fomos, fizemos a matéria, uma entrevista dura com o representante do Consórcio Baesa, responsável pela usina. O produtor da matéria falou "estranho, porque tem saído, se não me engano, na coluna da Miriam Leitão", isso eu preciso checar também, o cara da Baesa sendo entrevistado, mas com um enfoque oposto ao que a gente vinha dando. Tipo "como o Ibama entrava o desenvolvimento do país", dando voz para um tipo de reclamação dessa. Então nós estávamos lá no sul denunciando que havia algo errado, equivocado, e o do outro lado o jornal dizendo "olha como o Ibama é um entrave ao desenvolvimento do país". Quando isso aconteceu, a gente acendeu a luz amarela. Mas tocamos a matéria até o fim, e no final a matéria não vai ao ar. Aparentemente a nossa matéria não batia com a linha oficial da emissora. Muita gente ligou perguntando, as fontes, as pessoas que havíamos entrevistado: "por que a matéria não foi ao ar?". E, nós, sem resposta. Poderia haver uma explicação do tipo: "Ah, a matéria não estava boa". Se ela não estava boa, eu não entendo porque ela foi utilizada cerca de um ano depois num evento na USP sobre a questão energética, numa parceria entre a Globo e a USP. E nós usamos para ilustrar a palestra trechos desse Globo Repórter que nunca foi ao ar. Porque era praxe nessas palestras, não era bem uma palestra, era um debate transmitido pela TV Universitária. Era um debate de professores com ilustração de reportagens. E uma dessas reportagens era a que fizemos sobre as hidrelétricas. Então se ela não servia pra ir pro ar, mas servia pro debate na USP. Debate esse com anuência da direção da Globo, porque era uma parceria da Globo com a USP. É estranho. Foi um fato estranho.
Você lembra de mais alguma coisa, antes do episódio eleitoral?
Lembro de uma reportagem que fui fazer em São Paulo com o enviado da ONU para assuntos de racismo. Era uma coletiva em São Paulo, fiz a matéria, voltei pra redação, editei, e a matéria foi derrubada.
O que o enviado da ONU dizia?
Entre outras coisas, que tinha percorrido o Brasil e visto que em muitos estados há núcleos de combate ao racismo, Ministério Público em alguns lugares pra tratar da questão do racismo, então se isso existia era uma indicação de que o país reconhecia que havia racismo. Mas ao mesmo tempo ele estranhava que no discurso de algumas autoridades voltasse aquele antigo discurso, discurso clássico da democracia racial: "Olha, não é bem assim no Brasil, aqui é tudo bem, porque todo mundo joga futebol junto, todo mundo sai junto no carnaval". Então ele falou que chamava muita atenção pra ele essa discrepância entre a legislação sobre o racismo, o aparato do estado para combater o racismo e o discurso de certas autoridades dizendo que não havia racismo. E eu coloquei isso na minha matéria de maneira muito sucinta e muito sutil, relatando isso. A matéria foi derrubada.
Alguma explicação oficial?
É, eu tive a explicação de que acharam que meu texto estava editorializado. E as pessoas disseram "não mexe nesse assunto porque o diretor não gosta que mexa nesse assunto". Mas eu resolvi escrever pra ele e tive até um debate em alto nível com ele, ele foi muito educado e, enfim, só não vou dar os detalhes porque foi uma conversa particular. Posso contar o episódio porque foi público, uma entrevista coletiva e a Globo estava lá. E o jornal O Globo deu matéria no dia seguinte.
E entre esse fato e o episódio eleitoral aconteceu mais algum fato relevante?
Não, de relevante não. Foram acontecendo coisas que me chamaram a atenção. De que havia alguma coisa errada, alguma coisa direcionada, me parecia que havia alguma coisa mais direcionada no noticiário. Tipo uma tentativa de tolher aquilo que estava fora do cânone.
Chegando no episódio eleitoral, que motivou a sua carta. O que me chamou mais atenção em sua carta foi o trecho em que você diz que alguns colegas afirmaram que nem na ditadura havia tanta pressão para orientar a cobertura num certo sentido. Você pode dar mais detalhes de como isso era feito, como essas orientações chegavam? Você se recorda de alguma reportagem específica que você gravou e que tenha sofrido essa interferência política?
Eu me recordo, mas eu prefiro, nesse episódio... O que eu tinha pra dizer eu disse lá na carta, que era uma carta interna, você vai compreender. Acho que não é legal ficar revelando detalhes do que aconteceu porque eu vou acabar expondo outras pessoas, posso acabar falando demais. O que eu tinha pra dizer eu falei ali para meus colegas, mas acabou vazando. E o que me chateia um pouco foi a reação do diretor de jornalismo aqui de São Paulo, que tentou me desqualificar.
Tentaram te desqualificar?
É. A mesma prática usada com Franklin Martins, a mesma prática usada agora com o editor Marco Aurélio Mello. Um troço feio, desnecessário. Fora o fato de que bloquearam meu crachá imediatamente - com o contrato ainda em vigor, uma arbitrariedade clara - e tive que pular a catraca eletrônica pra sair da Globo... Barrarem entrada de quem eles não gostam, vá lá. Mas barrar o cara que quer sair? Parece coisa de senhor de engenho. Ainda há, ali, mentalidade de senhor de engenho, e há capitães do mato fazendo o serviço sujo ali. Largos setores da imprensa ainda vivem como se a Revolução de 30 não tivesse acontecido. São "barões da imprensa", como disse um colega também admoestado pela direção da Globo.
Não vou perguntar mais nada, então. Só me confirme, por favor. O que você colocou na carta: chegaram solicitações para que algumas palavras do texto da reportagem fossem substituídas, algumas entrevistas também, e perguntas em entrevistas. Era isso?
Sim. Era isso.
É verdade que a TV Globo é favorecida em algumas investigações? Ela tem, de fato, acesso a informações privilegiadas?
Eu acho difícil saber...
Você sentia isso lá, que a empresa, de alguma forma, tinha acesso a documentos, a lugares?
Em alguns momentos tinha acesso... O fato de ser TV Globo facilita. Porque é um carimbo que abre portas. Então em alguns momentos há o favorecimento à emissora e em outros momentos é o trabalho de bons profissionais. Não tem como negar que bons profissionais continua lá. Também não podemos criar a imagem de que tudo também é essa coisa da Globo. Acho que há o trabalho das pessoas. Em outros momentos há o interesse de quem passa a notícia, de passar praquela que até hoje, pelo menos, tem mais audiência. Mas isso tá mudando. Você viu agora nesse episódio da Polícia Federal, em que a Record conseguiu exclusividade e a Globo foi reclamar com o ministro. Então alguma coisa está mudando. Achei um episódio significativo. Se é verdade que isso aconteceu, a Globo ter ido reclamar com o ministro da Justiça.
Bom, se quiser acrescentar alguma coisa...
Tem uma coisa. O diretor de jornalismo aqui de São Paulo [Luiz Cláudio Latgé] perguntou em sua carta-resposta "ah, se ele achava tudo isso, por que não se demitiu antes?". Eu tinha um contrato com a Globo. Quem se demite é empregado. Eu não era empregado, eu tinha um contrato com a Globo. Esse é um ponto. O segundo ponto é que eu não podia pelo contrato me demitir a não ser que eu pagasse uma multa de 800 mil reais, o que eu não tinha a menor condição de pagar uma multa desse tamanho. Tava previsto ali que se romper o contrato unilateralmente ensejaria uma multa que no meu caso chegaria a esse valor. Então, é fazer de conta que isso não existe. Não sei a quem ele tá querendo iludir. Enfim, não vou nem perder tempo porque acho até que ele é um personagem menor nessa história toda. Ele é como um coroinha, querendo agradar o cardeal Ratzinger.... Só pra esclarecer as pessoas mesmo. Eu não podia me demitir, a não ser que pagasse a multa e seria uma atitude talvez heróica, o que não era meu objetivo. Eu sou um profissional, preciso cuidar da minha vida.
E você pode falar sobre esse contrato. Ele é normal?
É normal. A maioria dos jornalistas da Globo, e mesmo fora da Globo, trabalha com esse tipo de contrato. Não é contratado pela CLT, você trabalha sob um contrato em que abre uma empresa que presta serviços pra TV Globo ou...
É o tal contrato de Pessoa Jurídica.
De Pessoa Jurídica.
Tem um tempo máximo ou mínimo, ou é caso a caso?
Não. É caso a caso. Pode ser dois, três, quatro anos.
Isso serve para a contratante economizar com encargos trabalhistas?
Eu imagino que sim, né? E também pra criar um vínculo um pouco mais forte. Porque, veja, se no meio do contrato o contratado está descontente, ele não pode pegar o boné e ir embora. De outro lado também a empresa não pode demitir o sujeito, a não ser que pague a multa. Ou seja, é um outro tipo de relação. No meu caso não existia essa figura de eu me demitir. Outra coisa que ele dá a entender na carta que eu queria continuar da Globo. Ele dizia que os sinais que eu emitia era de que eu queria continuar. Pelo contrário! O que eu queria era, ao fim do meu contrato, ter uma última conversa com o diretor geral de Jornalismo no Rio, pra saber: "o jogo é esse? Porque se o jogo for esse não tem lugar pra mim mais na empresa...". Eles tentaram se antecipar, achavam que eu estava frágil, só não contavam com minha carta - escrita já há algumas semanas. Meus amigos com quem eu tinha conversado sabem que eu já estava preparado para ir embora, já estava procurando outras alternativas.
Tanto que não ficou nem um dia desempregado. Assim que terminou seu contrato com a Globo, assinou com a Record. Como está sendo trabalhar lá?
Estou muito feliz. Trabalho numa redação com ambiente muito mais saudável, sem perseguições, sem chefes que tentam negar o racismo no Brasil ou que tentam reescrever a história das Diretas no Brasil... Humildemente, vou dar minha colaboração para que a Record cresça, ganhe audiência, e crie um mercado mais equilibrado no país.
E com relação à liberdade para fazer jornalismo?
A liberdade de trabalho tem sido total, a estrutura do Jornalismo em São Paulo é excelente, e agora a Record começa a investir também na rede, nas afiliadas pelo Brasil. Estreei no novo emprego com uma série de matérias na Índia, para o Jornal da Record. O curioso é que na mesma semana a Globo correu pra botar uma série sobre a Índia no Jornal da Globo... Eles estão se incomodando lá, pela primeira vez a Globo tem que prestar atenção na concorrência. Não por minha causa, evidentemente, mas porque a Record tem um projeto consistente de Jornalismo, um projeto consistente pra concorrer e, num segundo momento, pra ganhar da Globo.
FONTE:http://www.fazendomedia.com/novas/entrevista120407.htm

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